20.5.12

Elo perdido


O destino quebrou a corrente.
Perdeu-se o elo.

Agora há a noite desconexa do dia.

O ímpeto coeso fez-se hemorragia
E esvai-se longe do que foi outrora.

Lá fora as cores vestiram cinzento,

A brisa leve transformou-se em vento
E a rosa rubra já não mais aflora.

Perdeu-se o elo.

O destino quebrou a corrente.
O presente já não é tão belo...

Aos trancos vou seguindo em frente.





Frederico Salvo

13.5.12

Mãos-de-cabelo

Mãos-de-cabelo é um monstro horroroso
Que sabe muito bem a que veio.
Ataca no Pico do orvalho leitoso
Ou na Caverna do buraco no meio.

Vem esgueirando-se sorrateiro
Lá pela mata do desejo.
Dizem que se tornou traiçoeiro
Por não conhecer o gosto de um beijo.

O coitado é um monstro solitário
Que ataca a quem como ele se sente.
Conta o conto do vigário
E se apodera da gente.

Depois de consumado o fato,
Foge rapidamente.
Não sem antes firmar um trato:
_ Volto oportunamente!



Frederico Salvo

1.5.12

São Paulo (canção)



Letra e Música: Frederico Salvo


Depois que o sol
que imaginei se escondeu.
Por trás do arranha-céu
por fim se debateu.
Abri um furo no chumbo do céu
e imaginei estrelas a brilhar
sem véu.

Mas mesmo assim te curto
e mais,és sensação.
Viraste assim
um monstro bom pro coração.
Bar em bar eu respiro canção.

E é bom ficar perdido,
sem ter rumo,
nos braços teus.

São Paulo.
São Paulo.


Frederico Salvo (letra e música)


1984

Direitos efetivos sobre a obra.